Caso de ritual satânico no RS: delegado teve "revelações divinas"
Em agosto de 2017, um crime chocou o país. No Rio Grande do Sul, foram encontradas espalhadas pela cidade de Novo Hamburgo partes dos corpos de duas crianças argentinas com idades entre 8 e 12 anos que, supostamente, haviam sido mortas em um ritual de magia negra.
Com base em “revelações divinas” recebidas pelo delegado responsável pelas investigações na época, Moacir Fermino, cinco suspeitos foram presos e dois outros foram identificados e estavam foragidos da justiça.
Mas o caso teve uma reviravolta impressionante e voltou à estaca zero.
Ao voltar de férias, o delegado Rogério Baggio descobriu que duas das testemunhas ouvidas pelo seu colega tinham sido pagas para contar uma história falsa.
As “revelações divinas” começaram a se mostrar duvidosas.
A história conhecida era de que os empresários Paulo Ademir Norbert da Silva e Jair da Silva teriam encomendado ao bruxo Sílvio Fernandes um ritual satânico para trazer mais prosperidade aos seus negócios.
Sílvio cobrou R$ 25 mil pelo trabalho e exigiu o sacrifício de duas crianças do mesmo sangue. Um argentino, Jorge Adrian Alves, teria participado do ritual junto com os empresários.
Duas testemunhas teriam repassado toda essa história ao delegado Fermino – que as chamava de “profetas”. A história, ao final, era mentira.
Com essa reviravolta, todos os homens que estavam presos tiveram que ser soltos.
A hipótese de ritual satânico não foi totalmente descartada, mas foi deixada de lado por enquanto.
O delegado Baggio conseguiu prender uma pessoa-chave na história e as investigações já recomeçaram.
O delegado Fermino foi afastado do caso e pode virar alvo de investigação.
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Fonte: Exame
Imagem: Shutterstock