Em parque aquático, duas mães ajudam a decifrar crime que permanecia insolúvel por quase 30 anos
Numa tarde quente do verão de 2013, duas amigas resolveram levar seus filhos para um dia de diversão num parque aquático na cidade de Bellingham, no estado de Washington, nos EUA.
Em meio às conversas, Heather Backstrom e Merrilee Anderson trouxeram à tona um caso de homicídio que havia acontecido em sua cidade natal, Acme, em 1989.
Naquele ano, a estudante universitária Mandy Stavik, de 18 anos, havia voltado para casa para passar o feriado do Dia de Ação de Graças com a família.
À tarde, ela resolveu sair para correr e nunca mais voltou. Seu corpo nu foi encontrado três dias depois em um rio. Havia sinais de estupro e a polícia conseguiu recolher amostras de material do assassino.
Embora a polícia tenha aplicado o teste em mais de 30 homens, nenhum suspeito foi identificado. Naquela época a tecnologia de análise de DNA para fins forenses estava apenas engatinhando.
Insolúvel por anos, o caso acabou sendo arquivado – até aquela tarde de verão, quando Merrilee e Heather chegaram a uma conclusão impressionante.
Remontando ao passado, as duas perderam o medo e compartilharam experiências de assédio que tiveram com um homem da cidade na mesma época do assassinato de Mandy.
Merrilee lembrou que Tim Bass, um entao amigo de seu marido, uma vez bateu à sua porta alguns anos depois do assassinato. Ele queria usar o telefone e ela suspeitou de suas intenções.
Bass largou o aparelho e entrou no quarto de Merrilee dizendo que estava apaixonado e queria fazer amor. Com o marido ausente, ela entrou em pânico.
“Eu disse que não, mas ele insistiu. Falei que chamaria a polícia e de alguma forma isso o afastou, consegui tirá-lo de minha casa”, explica.
Acuada e com medo de represália, Merrilee nunca levou o caso à polícia.
Ao ouvir a história da amiga, Heather contou que também foi assediada por Bass enquanto pegava uma carona com ele e um amigo. Ela tinha apenas 15 anos na época e o homem flertou agressivamente durante todo o percurso – chegando, inclusive, a esfregar uma caneta em suas pernas.
Mais maduras, as duas decidiram unir forças e relatar o caso à polícia. A informação fez com que o caso fosse reaberto - inclusive, um dos investigadores do caso, já aposentado, resolveu voltar à ativa.
A empreitada se beneficiou sobretudo da astúcia de uma mulher, Kim Wagner, que, inteirada do caso, se propôs a ajudar.
Ela foi a responsável por fornecer a prova final que a polícia precisava para desvendar o caso.
Colega de trabalho de Tim, Kim passou a acompanhar todos os passos do suspeito. Um belo dia, ele bebeu água e jogou o copo descartável no lixo. Um minuto depois, Kim pegou o usado, guardou, e substituiu por outro na lata de lixo, para não gerar suspeitas.
Dias depois, em um evento da empresa, Kim conseguiu retirar do lixo uma lata de refrigerante que o suspeito havia descartado.
A análise de DNA de Tim Bass bateu com o material colhido junto ao corpo de Mandy. Em 2017 ele foi condenado a 30 anos de prisão por estupro e assassinato.
Fonte/Imagens: CBS News