FBI sabia que atirador da Flórida queria ser “profissional das matanças nas escolas”
O massacre de Parkland, na Flórida, colocou mais uma vez em evidência a falta de controle sobre o porte de armas nos Estados Unidos. A escola sabia do desequilíbrio de Nikolas Cruz. Ele havia exibido armas e publicado mensagens violentas nas redes sociais e o próprio FBI havia sido alertado, mas nada impediu que o adolescente invadisse o colégio e assassinasse 17 pessoas.
Cinco meses antes, Ben Benninght, um credor por profissão e YouTuber, encontrou algo que chamou sua atenção. Ele fez uma captura de tela e a enviou ao FBI. “Serei um profissional das matanças nas escolas”. O autor dessa frase assinou como Nikolas Cruz. Benninght também alertou o YouTube, que retirou o vídeo.
No dia seguinte, em 25 de setembro de 2017, os agentes do FBI foram até o seu escritório. “Eles me perguntaram se eu sabia mais alguma coisa sobre essa pessoa. Eu disse a eles que não e esqueci o assunto”, lembra Benninght. Isso até o dia 14 de fevereiro, quando um jovem de 19 anos, curiosamente chamado Nikolas Cruz, abriu fogo com sua AR-15 contra os alunos e professores do Douglas High School.
Em uma entrevista ao Buzzfeed, Benninght afirmou que o FBI havia ido novamente à sua casa no dia anterior. “Me perguntaram se eu sabia de algo mais, respondi a mesma coisa e eles foram embora”, ele explica.
O agente especial Robert Lasky, responsável pela investigação, confirmou ontem, em uma conferência de imprensa, esse contato. “Não havia nenhuma outra informação nesse comentário que nos indicasse a hora, o local ou a veracidade da identidade”, ele se justificou. “O FBI faz revisões de bancos de dados, mas fomos incapazes de identificar essa pessoa”, acrescentou Lasky.
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Fonte: El Pais
Imagem: Getty, By Formulanone (Own work) [Public domain], via Wikimedia Commons