Por que a maioria dos assassinos não se arrepende de ter matado?
Em 1959, nos EUA, quando o assassino Perry Smith foi questionado se desejaria encontrar a “compaixão e o perdão de Deus” e se estaria arrependido do que fez, ele respondeu prontamente:
“Não sinto nada em relação ao que fiz. Gostaria de sentir. Meia hora depois que aquilo aconteceu, Dick (seu comparsa) já estava fazendo piadas e eu estava rindo. Talvez não sejamos humanos”.
Richard e seu comparsa assassinaram um fazendeiro, sua mulher e os dois filhos do casal depois de descobrirem que a família não guardava um cofre em casa.
Essa frieza, indiferença e falta de culpa não são exceção.
Um brasileiro radicado na Espanha, depois de matar e esquartejar tios e primos, apenas declarou: “Senti um ódio irrefreável. Algo me dizia que tinha que matá-los”.
Uma mulher no Distrito Federal, depois flagrar o marido com a melhor amiga confessou: “Dei seis facadas nele, mas ele não morreu. Saí de lá e fui para uma festa, onde encontrei a menina. Dei duas facadas nela. Ela implorou, mas eu deixei o ódio falar mais alto. Assisti a ela agonizar. Senti prazer em ver ela se debatendo.”
Para especialistas, o arrependimento raramente consta entre os sentimentos daqueles que matam.
A indiferença em relação à morte do outro é comum em cerca de 20% dos criminosos. Os outros 80% não costumam se arrepender do crime, mas de não ter conseguido evitar que ele “desse errado”.
Esse “errado”, segundo o psicólogo Alvino Augusto de Sá, professor da USP e membro titular do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, é quando o criminoso não consegue o que quer sem ter que matar alguém – o que pode render uma pena cinco vezes maior.
Não se trata de uma questão de princípios. “Ladrão competente, na visão dos criminosos, é aquele domina a vítima, consegue levar o que planejou e não mata ninguém”, diz o psicólogo.
Por aqui, os assassinatos mais comuns ocorrem por:
- Briga
- Rixas antigas
- Crime passional
- Dívidas relacionadas a drogas
- Vingança
- Assassinato por encomenda
- Sequestros
- Legítima defesa
- Transtorno emocional
- Perda momentânea de consciência causada por uso de drogas
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Fonte: Veja
Imagem: Shutterstock