Teste de DNA traz novo desfecho a crime ocorrido há mais de 100 anos
Em 1910, o médico americano Hawley Crippen ouviu, inconformado, sua sentença: morte por enforcamento. Mesmo tendo jurado inocência diante do juri, ele foi condenado à pena capital pelo assassinato brutal de sua esposa, Cora, na casa em que viviam, em Londres.
O caso gerou um rebuliço na época, principalmente pelo teor épico-trágico com que tudo aconteceu.
Priemeiro, Crippen teria esquartejado a esposa e ocultado o corpo no porão. Na sequência, embarcou com sua amante, Ethel Le Neve, num navio para o Canadá. Os dois acabaram interceptados, presos e levados de volta à Inglaterra pela Scotland Yard. A prova usada para incriminar o médico foi um pedaço de pele do abdome que supostamente pertencia a Cora e estava no local do crime.
Acontece que mais de 100 anos depois, cientistas resolveram revirar os arquivos dessa história para, com base na tecnologia forense atual, saber se o médico realmente pagou pelo crime que cometeu.
O que eles descobriram é surpreendente. Os resultados do exame de DNA revelou que a amostra de pele (que por sorte estava preservada no museu do London Royal Hospital) não pertencia a Cora. Pior: era de um homem!
Para chegar a esse resultado, no entanto, foram necessários anos de buscas e investigação. Primeiro foi preciso achar alguma descendente de Cora para extrair um tipo específico de DNA, chamado de mitocondrial – esse tipo preserva melhor a cadeia genética de uma geração para outra e é passado apenas pela linha materna. Depois, era necessário encontrar as evidências apresentadas na época (fotos, slides, etc.) até, finalmente, ter acesso à prova do crime definitiva – o tal pedaço de pele.
O estudo, conduzido por uma equipe de cientistas da Universidade Estadual de Michigan, nos EUA, foi publicado no Journal of Forensic Sciences, um dos mais respeitados periódicos de ciência forense.
Se Crippen matou ou não sua ex-esposa, não tem como saber. Mas o fato é que a prova usada para incriminá-lo não era verdadeira.
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Fonte: IG
Imagem: Wikipedia Commons