Uma simples bituca de cigarro leva polícia a desvendar crime brutal ocorrido em 1996
No verão de 1996, na pacata cidade de Idaho Falls, nos EUA, aconteceu um crime brutal.
A jovem Angie Dodge, de apenas 18 anos, foi encontrada morta em seu apartamento recém-alugado.
Angie e sua mãe, Carol
Ela havia sido violada sexualmente e, na sequência, foi esfaqueada 14 vezes.
A polícia imaginava tratar-se de um crime fácil de ser solucionado, já que tinha coletado amostras de esperma do assassino – ou seja, tinha em mãos uma sequência perfeita de DNA.
Mas não foi bem assim.
Depois de coletar amostra de dezenas de suspeitos, não conseguiram chegar a uma conclusão.
Entre esses suspeitos estava Chris Tapp. Ele havia negado envolvimento, mas a polícia desconfiou de sua postura. Durante 23 dias ele foi interrogado intensamente até confessar participação no crime.
Christian Tapp
No entanto, a amostra de seu DNA não batia com o encontrado junto ao corpo de Angie.
Tapp foi julgado e considerado culpado por participação em 1998. Em seu depoimento, mudou a história várias vezes. Pegou prisão perpétua.
O caso de Angie, no entanto, permanecia em aberto. Tapp não revelou à polícia quem era o responsável pelo crime do qual participou.
O tempo passou, a história se dispersou e o caso foi arquivado. Mas Carol Dodge, mãe de Angie, não descansaria até obter justiça para sua filha.
Durante esse período, ela se manteve enérgica em busca de evidências que levassem ao assassino de Angie.
Por conta própria, Carol contratou um especialista e, com sua ajuda, forçaram a polícia a buscar meios de encontrar um DNA que batesse com o do criminoso.
Pesquisando em bancos de dados na internet, a polícia chegou a um nome: Michael Usry. As evidências levavam a seu filho, Michael Usry Jr., cineasta que trabalhava num filme sobre o assassinato de uma mulher a facadas.
A coincidência era incrível, mas, mais uma vez o DNA não bateu.
A história de Angie, no entanto, fez com que Usry se juntasse a Carol Dodge na busca pelo real culpado – e realizar um documentário a respeito do caso.
A busca por elementos para compor o filme fez a dupla tentar contato com Chris Tapp, que, na ocasião, já estava preso há pelo menos 18 anos.
Em uma conversa, Usry descobriram que Tapp foi forçado a se confessar culpado e que, na verdade, não tinha qualquer participação no caso de Angie.
A polícia foi pressionada a reabrir o caso e a analisar todos os vídeos de depoimento de Tapp na época, com apenas 20 anos e sem qualquer orientação jurídica.
Com a ajuda de um juiz aposentado, Carol Dodge e Michael Usry contribuíram para que Tapp tivesse direito a novo julgamento.
Em março de 2017, Tapp foi libertado de uma prisão injusta que lhe custou 20 anos de sua vida. Hoje ele leva uma vida normal, com trabalho e uma esposa.
Mas, para Carol Dodge, a justiça ainda não estava completa. Era preciso achar o assassino de sua filha.
A libertação de Tapp obrigou a polícia a remexer no caso de Angie e a empenhar esforços na busca por mais evidências.
Em maio de 2019 surgiu, finalmente, a primeira pista.
Por meio de sofisticados sistemas de análise de DNA, que levam em conta a árvore genealógica, a polícia chegou a uma meia dúzia de suspeitos.
Uma série de detetives foi destacada para seguir os suspeitos e coletar secretamente amostras de DNA.
Foi por meio de uma simples bituca de cigarro que a polícia chegou a Brian Dripps, que na época do assassinato tinha 31 anos, e vivia na mesma rua de Angie.
A polícia chegou a questioná-lo na época do crime, mas acabou não incluindo na lista de suspeitos.
Brian Dripps
A princípio Dripps negou envolvimento no caso, mas as amostras de DNA batiam 100% - prova irrefutável.
Quando soube disso, Dripps finalmente confessando ser o autor do crime que tirou brutalmente a vida da jovem de 18 anos.
O homem foi preso e agora aguarda julgamento.
Carol, por sua vez, finalmente pode ter uma noite tranquila.
Fonte: CBS News | Imagens: Carol Dodge | CBS News