Por que algumas pessoas se apaixonam por assassinos?
Você já pensou em se relacionar com alguém que está atrás das grades? E você teria algum problema em ter um namorado que esteja cumprindo pena por assassinato, ou que seja um serial killer?
Algumas pessoas, aparentemente, não têm problema com isso, e escolhem assassinos em série, que estão encarcerados, para manter um relacionamento. Muitos se perguntam: por quê?
Nos Estados Unidos, alguns assassinos e serial killers famosos se casaram enquanto estiveram presos. São os casos de Charles Manson - que assassinou a atriz Sharon Tate, então grávida - Ted Bundy, Richard Ramirez, Kenneth Bianchi e Angelo Buono.
Segundo noivado na cadeia
No Brasil, há os casos semelhantes de homens que cometeram crimes terríveis e também despertaram paixões. São exemplos, o Maníaco do Parque - acusado de matar 10 mulheres e de crimes sexuais -, e o assassino de Goiânia, suspeito de matar 39 pessoas. Uma mulher também merece destaque: Suzane von Richthofen, a garota que participou do assassinato dos próprios pais, engatou o seu segundo noivado na cadeia, desta vez com um empresário.
Segundo Sheila Isenberg, autora de "Mulheres que Amam Homens que Matam", há dois grupos de pessoas que se relacionam com assassinos: as que se apaixonam por "assassinos comuns", acreditando que enxergam o lado "bom" do assassino, e as pessoas que iniciam relações os famosos, que ganharam os tabloides, porque querem ser o centro das atenções também.
Ilusões
Contudo, em sua pesquisa, Isenberg também descobriu que muitos dos dois grupos se apegam à crença de que seus namorados e maridos condenados são, de fato, inocentes.
"Elas estavam iludidas de que seus parceiros não tinham cometido os crimes", disse a autora.
Em muitas prisões (ao menos nos Estados Unidos), a visita conjugal não é permitida. Então, para esses casais, o contato físico é algo que nunca vai existir. As mulheres, na maioria, não se importam com isso, diz Isenberg, que acrescenta que as mulheres buscam mais o romance. Namorar alguém que está cumprindo uma sentença longa envolve um intenso namoro e galanteio, acrescenta.
Romance com data de validade
De acordo com o psiquiatra forense Guido Palomba, esse tipo de relacionamento tende a acabar assim que o preso deixar a cadeia. Na opinião dele, a relação com um prisioneiro garante para a mulher que o homem é só “seu", enquanto ele está lá, confinado.
"Uma das características principais desses romances é que os presos aceitam essas mulheres, porque, para eles, tudo é lucro. Eles não têm nada a perder, elas levam bolo, cartinha de amor. Mas é um romance que acaba no alvará de soltura. Na maioria absoluta das vezes acontece isso. Assim que eles têm o alvará de soltura, elas levam um fora", disse ao portal R7.
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