Como é perder-se na selva onde o maior perigo são os homens

A&Extras

Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS

Sobreviver na selva é um desafio até para quem tem treinamento específico, imagina para nós, seres urbanoides. A prova disso é Yeffer Sanchez, que passou 23 dias completamente perdido na selva fechada.

Sanchez, que é o soldado do exército colombiano, se perdeu do seu grupo por acaso, num momento de distração. Num minuto todos estavam lá; no outro ele estava completamente sozinho, cercado pela escuridão e pelos perigos da mata.

Perigos que, no caso da selva colombiana, se agravavam por causa da presença de outro inimigo, esse até mais mortal que as cobras e os felinos que habitam ali: as Forças Armadas Revolucionária da Colômbia – as temidas FARC! Sanchez estava perdido numa área considerada de altíssimo risco por causa da presença massiva desses grupos.

O soldado sabia que se desse de cara com algum membro das FARC seria morto antes que pudesse esboçar qualquer reação. Era preciso ser silencioso como um inseto e rasteiro como uma cobra.

Nos 23 dias em que esteve perdido, Sanchez se alimentou de sementes, raízes e folha. Encontrar água de boa qualidade era difícil, mesmo que tenha chovido boa parte do tempo. No dia em que teve muita sorte, encontrou uma tartaruga. Sem pensar duas vezes, matou o animal e se alimentou da carne crua – o que pode tê-lo salvado da morte. O soldado carregava consigo facas e outros equipamentos de sobrevivência.

Com o passar dos dias, a desidratação foi ficando mais séria, a fome apertando e Sanchez estava cada vez mais desorientado, a ponto de perder a noção dos dias em que ficou à deriva. Por mais que achasse que estava caminhando em linha reta no meio do mato, sempre acabava voltando aos mesmos locais por onde já havia passado.

O que ajudou a suportar a fome, o frio, o medo e a extrema solidão foi cantar suas músicas preferidas e sonhar com o sabor da sopa de lentilhas de sua mãe, dona Anita.

Depois de buscas intensivas em toda a região, um pelotão do exército acabou encontrando o soldado perdido. Ao ver seus colegas se aproximarem, Sanchez conta que a única coisa que pediu foi para não ser morto. Estava fora de si.

Depois de uns dias no hospital, Sanchez pôde voltar à sua rotina e, claro, para o pratão de sopa que dona Anita havia preparado para receber o filho que finalmente voltava para casa.