Depois de Hollywood, movimento #MeToo agora chega às igrejas

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Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS
Depois de Hollywood, movimento #MeToo agora chega às igrejas-0

O movimento #MeToo revelou a dimensão – e a perversidade – dos abusos sexuais sistemáticos cometidos contra atrizes e outras mulheres que trabalham na indústria do cinema. 

Agora a mira do movimento são as igrejas. 

Recentemente, homens, mulheres e menores de idade de todo o mundo começaram a denunciar casos de abusos que muitas vezes acontecem em igrejas menores, distantes dos holofotes, por meio da hashtag #ChurchToo. Os relatos mostram como homens que exercem o papel de líderes espirituais usam o poder sobre as pessoas para manipulá-las sexualmente.  

Histórias de estupro, pedofilia e assédio não são novidade no meio religioso – independente da fé.

O #ChurchToo chegou a uma das igrejas que mais conhecidas dos EUA. Recentemente, Bill Hybels, pastor-celebridade e fundador de um dos maiores conglomerados religiosos do mundo, a Willow Creek, pediu afastamento do cargo depois que duas mulheres o denunciaram publicamente por assédio. Segundo elas, o pastor fazia comentários maliciosos, dava abraços demorados e as convidava com frequência para passar a noite em hotéis. 

Outro pastor, Acton Bowen, foi preso depois da acusação de ter abusado de uma criança. O religioso Frank Page admitiu que teve uma “relação moralmente imprópria”. Andu Savage, outro pastor, admitiu ter se relacionado com uma menor de idade em 1998 – em um caso que veio à tona por meio do #ChurchToo.

Segundo os especialistas, os abusos acontecem em quase todas as religiões, mas é mais comum quando o sistema é mais autoritário. “Em muitas comunidades religiosas, há um senso rígido de hierarquia: algumas pessoas têm muito poder enquanto outras têm praticamente nenhum – e é assim que os problemas começam”, explica Janet Heimlich, pesquisadora que estuda o maltrato de crianças em ambientes religiosos. 

Para ela, muitas pessoas se calam diante de abusos por acreditarem que o caso será resolvido entre Deus e o abusador. “É comum acreditar que o abusador só tem que responder ao julgamento divino e não à lei”, conclui. 


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Fonte: CS Monitor |Imagem: Paolo Bona / Shutterstock.com