“Era prisioneira da minha própria família”. Mulher descreve o sentimento ao fugir de um culto poligâmico
Os membros do clã Kingston, uma comunidade mórmon com sede em Utah, nos EUA, praticam abertamente a poligamia e o incesto. Além disso, cada centavo que eles ganham por seu trabalho é utilizado por seus líderes para financiar suas práticas.
As mulheres são obrigadas a casar com homens muito mais velhos que elas e, às vezes, com familiares diretos. Esse é o caso de Juliana Johnson, uma sobrevivente da seita Kingston que, com apenas 15 anos, foi obrigada a se casar com seu sobrinho de 19.
Dentro do clã, as mulheres são consideradas propriedade de seus maridos e pais. Cada aspecto de suas vidas é administrado por eles: com quem devem casar, quando devem engravidar e, inclusive, se podem ou não ser educadas.
“Logo depois de casar, já queria ir embora. Não só do casamento, mas da Ordem”, lembra Juliana. “Eu era prisioneira da minha própria família. Meu marido quis que eu começasse a ter filhos imediatamente. No culto, esse é um dos deveres das mulheres – ter um filho por ano. Se você não faz isso, há algum problema com você”.
Juliana conseguiu fugir graças à ajuda de seu irmão, outro sobrevivente do clã. Adaptar-se ao mundo exterior não foi uma tarefa fácil, mas, hoje, com 34 anos, ela se sente feliz e tenta curtir sua autonomia.