Homem tenta a “cura gay” e acaba virando porta-voz contra o tratamento
Peter Gajdics passou por situações inimagináveis durante seu processo de “cura gay”, ao qual se submeteu na juventude.
Além de ser obrigado a tomar todos os dias um coquetel gigantesco de medicamentos, ele era obrigado a recolher e cheirar as próprias fezes sempre que sentisse atração sexual por outro homem.
Seu psiquiatra acreditava que a homossexualidade de Peter derivava de experiências negativas que seu cliente teve na infância.
Foi com relatos como o de Peter que o conselho da cidade de Vancouver, no Canadá, aprovou um projeto de lei que proíbe a infame “terapia de reorientação sexual” – um conjunto de métodos questionáveis que teoricamente “curariam” a orientação sexual de pessoas LGBT.
Essas “terapias” fazem uso de condicionamento comportamental e rituais religiosos para obter resultados. Em casos mais extremos, chegam a apelar para lobotomia ou eletrochoques.
“Terapia de conversão não é terapia. É tortura, é abuso. As pessoas ainda precisam conhecer mais sobre o assunto”.
Peter, hoje com 53 anos, foi um dos porta-vozes por trás do novo projeto de lei.
Em 2017, ele trouxe o assunto à tona com o lançamento do seu livro, “The Inheritance of Shame” (algo como “A herança da vergonha”), no qual revela tudo o que passou. A partir daí, começou a acionar o conselho da cidade para dar seu testemunho e discutir o tema.
O resultado de sua persistência se concretizou em junho de 2018. O projeto, já aprovado, prevê a suspensão de todos os serviços que pregam a “cura” de toda e qualquer minoria sexual ou identidade de gênero.
Cada vez mais países têm aderido à proibição desse tipo de terapia. No Brasil, ela é proibida, mas alguns grupos religiosos estão conseguindo na justiça permissão especial para realizá-la. “É um retrocesso imenso”, de acordo com o Conselho Federal de Psicologia.
Segundo Peter, ele se considera sortudo por ter “conseguido sair dessa vivo”.
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Fonte: PBS | Foto: Erich Saide Photographer/inheritanceofshame.com