Ninguém consegue explicar misterioso roubo desse quadro de R$ 440 milhões; obra enfeitava o quarto de dois velhinhos
Numa manhã após o Dia de Ação de Graças, em 1985, uma mulher mais velha e um rapaz entraram no Museu de Arte da Universidade do Arizona e saíram às pressas dez minutos depois.
Quando os funcionários do museu perceberam o que tinha acontecido, já era tarde demais: a obra Woman-Ochre, de Willem de Kooning, havia desaparecido. Os ladrões recortaram a tela da moldura e bateram em debandada.
O quadro é avaliado em R$ 440 milhões.
Na época, foi um auê. Retratos falados por toda parte, investigações a mil e todo mundo querendo descobrir quem havia roubado a tal obra de arte.
Mas por 32 anos, o mistério permaneceu sem solução.
Eis que no final de 2017, Ron Roseman viajou até a minúscula cidade de Cliff, no estado do Novo México (população: 283 habitantes) para limpar o bangalô cor de rosa que pertenceu ao seu tio e à sua, Jerome e Rita Alter, que haviam falecido há pouco.
Para dar fim aos móveis, contratou um especialista em antiguidades. Entre os itens, escondido numa parede de canto do quarto do casal, estava uma pintura abstrata que se sobressaia dos outros quadros da casa.
Ao comprar a mobília do casal falecido, o negociador de antiguidades David Van Auker levou o quadro junto. Intrigado com o forte apelo artístico da obra, fez uma pesquisa rápida no Google e começou a perceber que tinha em mãos algo valioso: o original de Kooning, roubado três décadas atrás.
Ele entrou em contato com o museu da Universidade do Arizona e devolveu a obra, mas o mistério permanecia: como uma pintura de R$ 440 milhões foi parar no quarto de um casal de velhinhos numa microcidade do Novo México?
Foi então que os investigadores foram juntando as peças.
Na época, o roubo foi realizado por uma senhora, na faixa dos 50 anos, e um jovem, na faixa dos 20-25 anos.
A descrição batia com a de Jerome, que na época tinha 54 anos. A do mais jovem bate com a de Joseph, filho do casal, que tinha 23 anos em 1985. Sim, aparentemente Jerome fez o roubo disfarçado de mulher!
Até o carro que o casal possuía há anos batia com a descrição das testemunhas.
Mas por que alguém roubaria um quadro milionário só para pendurar na parede do quarto?
Por que se arriscar a passar uns bons anos na prisão?
Jerome seria capaz de se vestir de mulher para fazer um roubo?
Familiares e amigos não sabem responder a nenhuma dessas perguntas, mas as conexões entre o casal e o roubo são evidentes.
Rita e Jerome adoravam viajar. Nos cadernos de aventuras que produziam – alguns, inclusive se transformaram em livros de ficção – havia sempre histórias de roubo em museus, muitos deles sem solução.
Embora o museu esteja comemorando o retorno da obra ao acervo, pondo fim a mais de 30 anos de buscas, a tentativa de encaixar as peças para descobrir como e porque o quadro foi parar no quadro do casal, apenas começou.
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Fonte: Architectural Digest | Imagem: Instagram/@artnet