Para deter violência no bairro onde vivem, supermães se transformam em guardas noturnos
O pensamento ultraconservador e a xenofobia estão tomando conta da Europa e contaminando até os países considerados mais diversos e tolerantes.
Isso tem transformado alguns bairros de cidades europeias em verdadeiros guetos, alheios ao seu entorno, tomados pela violência.
Um desses bairros se chama Rinkeby e fica em Estocolmo, na Suécia. O local é historicamente habitado por pessoas vindas da África, do Oriente Médio e da América do Sul.
Para deter a violência contra imigrantes no bairro onde vivem, um grupo de mães da Somália resolveu assumir o papel de patrulhas noturnas – e estão colocando moral no local.
O grupo se formou depois que muitas dessas mulheres perderam seus filhos e netos em lutas de gangues.
Hoje, todas as sextas e sábados à noite, elas vestem seus coletes laranjas e saem às ruas, em grupos de dois ou três, para patrulhar as atividades no local.
Elas não se intimidam a passar por áreas mais perigosas, como os pontos de venda de drogas.
“A gente gera um desconforto quando passa por eles. Muitas vezes damos um ‘oi’, e se nos respondem, a gente vai lá conversar. Mas muitos ainda viram a cara”, explica Ardo, que é professora primária de dia e vigilante à noite.
Ardo sabe que a patrulha das mães somali não acaba com o tráfico no bairro, mas já percebeu que os compradores não se aproximam quando elas estão por perto, por medo de serem reconhecidos.
Outro resultado positivo da patrulha tem sido o amparo aos jovens. Eles se sentem observados, ouvidos e muitas vezes recebem o apoio das supermães.
O grupo passa um recado ao poder público sueco: elas não vão desistir de zelar pela sua comunidade, mesmo que o local tenha sido completamente esquecido pelos governantes.
Fonte e imagem: Al Jazeera