Pilotos gastam tudo o que têm, compram aeronave e salvam a vida de milhares de refugiados

Os pilotos franceses José Benavente e Benoit Micolon juntaram todas as economias que tinham para comprar um pequeno avião no valor de R$ 600 mil. 

A ideia dos dois é usar a aeronave para salvar a vida dos refugiados africanos e do oriente médio que se aventuram a atravessar o Mar Mediterrâneo em busca de uma vida melhor na Europa. 

Benavente trabalhou durante 25 anos na Cruz Vermelha, e acompanhou de perto a desesperadora situação da Síria, devastada pela guerra. Micolon passou a se interessar pelo assunto depois de ouvir tantos relatos do amigo. Hoje eles fazem parte de um grupo chamado Pilotes Volontaires (Pilotos Voluntários).

Com frequência, o pequeno avião decola da ilha de Malta e sobrevoa o Mediterrâneo em busca dessas embarcações. 

“É muito difícil encontrar os botes, que muitas vezes carregam centenas de pessoas. As embarcações que fazem o resgate frequentemente demoram a chegar, e quase sempre é tarde demais. A gente se recusa a aceitar isso”. 

Benavente e Micolon sobrevoam a área, identificam os botes e informam a localização exata para que as embarcações possam fazer o resgate.

A situação é dramática. Todos os anos milhares de refugiados se empilham em botes improvados e atravessam o Mediterrâneo. Muitos ficam no meio do caminho, pelas condições precárias em que viajam. O trânsito de pessoas é maior durante os meses mais quentes no hemisfério norte, de maio e a agosto. 

O pequeno avião ganhou o nome de Beija-Flor, por causa da lenda do passarinho que tentava apagar um incêndio na floresta com a água que trazia no bico. Ao ser questionado pelos outros animais do porquê ele estava fazendo aquilo, o beija-flor apenas respondeu: “estou fazendo a minha parte”. 

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